Expografia
Jardim do Mam no Sesc

EXPOGRAFIA
A expografia da exposição Jardim do MAM no Sesc surgiu da provocação dos curadores Cauê Alves e Gabriela Gotoda, que propuseram recriar o jardim do MAM, localizado no Parque Ibirapuera, na rua de entrada do Sesc Vila Mariana. Durante a reforma da marquise do MAM-SP, o museu encontra-se fechado e, portanto, vem ocupando outras instituições do país com exposições de seu acervo. A mostra proposta para o Sesc apresenta 26 esculturas de grandes e pequenos formatos pertencentes ao acervo do museu.
O processo de projeto partiu do redesenho de diversos projetos paisagísticos, quadros e desenhos de Burle Marx, de modo a compreender as geometrias, composições e cores predominantes em sua obra. A partir dessa interpretação, realizou-se uma transposição das formas do Jardim do Palácio Capanema para o espaço expositivo, escaladas e adaptadas para se transformarem em suportes para as obras. No decorrer do processo de desenho, foram incorporadas linhas mais retas, identificadas no projeto do Banco Safra, criando uma mescla das linguagens de Burle Marx. A citação à obra do paisagista deveria ser explícita, como uma homenagem a ele.
A partir desse desenho, criou-se uma topografia com planos coloridos que funcionam tanto como piso quanto como afastadores e suportes para as esculturas. Formou-se, assim, uma nova espacialidade na entrada do edifício, com percursos sinuosos, áreas de estar e contemplação. Na parte externa foram posicionadas as esculturas de grande porte e resistentes à intempérie; na área coberta, as obras mais delicadas e de menor dimensão, além de Masterpieces (in Absentia: Calder) de Regina Silveira, instalada em um painel ao fundo do espaço. No interior, localizou-se também um espaço destinado ao educativo e uma sala de produção.
Os planos da topografia foram construídos em compensado naval, cortados em CNC e montados in loco. Foram estruturados parcialmente com pisos modulares tipo “macaquinho” e praticáveis tipo Rosco, a fim de afastar a madeira do chão e otimizar o uso de material, além de estruturas complementares em madeira também em compensado. Foram previstos furos e caimentos para escoamento da água, bem como o uso de tinta impermeabilizante.
Os suportes de comunicação visual — para o logo, textos e legendas — foram inspirados nas placas de sinalização de parques, compostos por painéis com estrutura metálica e chapas de compensado naval fixadas em sistema tipo sanduíche, que receberam os textos impressos diretamente sobre a madeira.
Trata-se de um projeto expográfico lúdico e colorido que alterou a geografia do lugar e a forma de vivência e apropriação do espaço pelo público do Sesc, possibilitando uma nova experimentação de usos do ambiente. E sua localização estratégica no edifício, de grande circulação, permite também uma aproximação da arte ao cotidiano do público da instituição.
Ficha Técnica
Ano: 2025
Local: Sesc Vila Mariana. SP
Expografia: Carmela Rocha e Sofia Gava
Curadoria: Cauê Alves e Gabriela Gotoda
Iluminação: Anna turra
Comunicação visual: Paulo Viníciu Macedo e Rafael Kamada
Produção: MAM SP: Luciana Nemes (coord), Elenice Lourenço, Ana Paula Pdroso e Paola Araujo (assistente)
Montagem: Secall
Montagem fina: Manuseio
Fotos: Raquel Santos















