CARMELA ROCHA

A expografia para falar de Angel Vianna partiu do corpo e do movimento. O espaço buscou ser fluido, leve e acolhedor, ao mesmo tempo que forte e presente como a Angel, que é um exemplo de força e delicadeza. Para desenhar esta expografia, nos propomos, então, a explorar o movimento e o espaço, juntando essas duas áreas do conhecimento: dança e arquitetura.

Partimos de movimentos livres do corpo dançados, desenhando linhas a partir deles para se transformarem no desenho do espaço.  A partir das curvas do corpo que dança separamos as áreas propostas pela curadoria da exposição e organizamos os conteúdos em um percurso não linear. No centro, um grande círculo sinestésico convida ao movimento e ao autoconhecimento, através de espelhos, frases ditas pela Angel, grandes vídeos dela dançando e almofadas que colocam o corpo de diferentes posições.

A materialidade da exposição também partiu de uma vontade de leveza, transparência e movimento. A entrada da exposição se dá através de uma porta de madeira antiga, com uma reprodução do gradil da porta da Escola Angel Vianna, convidando a entrar em seu universo. A madeira faz o fundo das paredes e o piso do espaço remetendo tanto ao acolhimento desejado quanto ao piso das salas de aula de dança. O espaço foi dividido com cortinas translúcidas, deixando o corpos que passam e seu movimento sempre à vista. Fios vermelhos de lã conectam todo o espaço em uma metáfora das conexões tecidas pela Angel no seu lindo percurso de vida; esses mesmos fios, descem ao chão e os visitantes cruzam por eles para senti-los no toque da pele. Caleidoscópios e lentes de aumento fazem uma brincadeira com as imagens, explorando novas formas de ver. Os sentidos são aguçados através de diferentes estratégias tentando trazer o corpo presente para a exposição.

Ano: 2018

Local: Itaú Cultural - São Paulo/ SP - Brasil

Área: 110 m2

Projeto: Carmela Rocha e Stephanie Fretin

Curadoria: Equipe Itaú Cultural e Ana Vitória

Produção: Equipe Itaú Cultural

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